Trilhas e cachoeiras revelam o lado ainda desconhecido da Chapada Diamantina

 

9/11/2009
 

 

 

Quando se fala em Chapada Diamantina, a maioria dos viajantes e amantes do ecoturismo se remete imediatamente a Lençóis, Mucugê, Andaraí e outras cidades que fazem parte do Parque Nacional, localizado a aproximadamente 400 km de Salvador. O que poucos imaginam é que o lado norte da Chapada oferece um rico potencial para a exploração do ecoturismo e a prática de esportes como o rapel e o voo livre.

Com 72 cachoeiras e mais de 200 km de trilhas que passam por morros, pequenas montanhas e matas, o complexo que abrange 12 municípios reúne ainda importantes elementos arqueológicos como figuras rupestres e animais silvestres como veados, onças pretas e macacos-prego.



Por ter uma melhor infra-estrutura de transporte, comércio, restaurantes e hospedagem, a cidade de Jacobina, a 331 km de Salvador, é tida como a capital da Chapada Norte. Cravada entre serras, entre elas a do Cruzeiro, que possui uma escadaria de mais de 200 degraus e é muito visitada por peregrinos em eventos religiosos, o município de aproximadamente 80 mil habitantes também se destaca pelas manifestações culturais e pela gastronomia.

A marujada e a cerimônia de Corpus Christi são os principais eventos culturais e religiosos da cidade. Apesar disso, é exatamente longe da sede que estão os atrativos naturais da cidade. Um dos lugares mais encantadores da região é o distrito de Itaitu, que está situado a cerca de 26 km do centro de Jacobina. Desse total, mais de 15 km são percorridos em uma estrada de terra.

O local reúne antigos casarios e é cercado de montanhas que escondem 12 cachoeiras, entre elas a Véu de Noiva, cujo nome foi dado por conta da semelhança com a indumentária usada em casamentos. Até chegar lá, o visitante encara uma pequena caminhada de 40 minutos, recompensada pelo visual proporcionado pela vegetação nativa.



Com 60 metros de altura, a cachoeira está localizada num local ainda pouco conhecido até mesmo dos próprios baianos. Nem a baixa temperatura da água - devido a pouca incidência de luz solar no vale onde está localizada - desanima os visitantes, que não hesitam em tomar um banho no rio, que é repleto de pedras em volta, o que torna o passeio pouco recomendável para idosos e crianças.

A queda d'água também é fonte de inspiração para aqueles que curtem os esportes de aventura. Por formar um ângulo de 90º, a Cachoeira Véu de Noiva também é ideal para os praticantes do rapel, que representam uma quantidade significativa das 1,2 mil pessoas que visitam o local todos os anos.

Em Itaitu também é possível saborear as melhores iguarias da culinária regional. Os pratos servidos no principal restaurante do distrito - estabelecimento simples, porém bem arrumado - são a galinha caipira, o pirão de leite acompanhado de carne do sol e o assado de bode.

Os apaixonados por aventuras mais intensas podem percorrer a Trilha dos Bandeirantes, local que no passado foi notabilizado pela lavagem e separação do ouro, no período mais intenso do garimpo. Os acidentes geográficos ajudam a acrescentar dificuldades às trilhas, consideradas mais "pesadas" até pelos guias de turismo.



O local é apontado ainda como o melhor ponto para apreciação da fauna que ainda reúne aves e felinos ameaçados de extinção, além de árvores centenárias e matas ciliares.

Todas essas dificuldades são recompensadas pelo visual do Mirante Vale Verde - visão panorâmica de extenso vale de floresta exuberante, cânion e serra, dos paredões de 30 metros de altura próximos onde passam o Rio do Ouro e a Cachoeira dos Amores. O local possui queda de 50 metros e boas condições de banho com "hidromassagem natural".

Segundo moradores e guias de turismo, a cachoeira foi batizada com esse nome por conta da lenda do casal de índios payayás, Jacó e Bina, que teriam se apaixonado no local.

No distrito de Caatinga do Moura, por sua vez, as cavernas e grutas remetem os visitantes a um viagem no tempo devido às figuras rupestres desenhadas nas paredes das rochas.

A menos de uma hora de Jacobina, no município de Saúde, a Fazenda Payayás também é uma recompensa para o viajante que enfrenta as altas temperaturas do semi-árido baiano.

No entanto, atravessar toda a trilha para chegar até a cachoeira homônima da fazenda é um desafio que pode levar até duas horas. Para isso, é preciso ter alguns cuidados com animais encontrados no local, ainda intocado, como cobras e aracnídeos.

Ao chegar ao parque onde está localizada a cachoeira é possível curtir, além da beleza do local, um banho nas águas do rio cuja temperatura é ideal para o nado. Lá também é possível passear de botes e saltar do alto das rochas para um mergulho nas águas escurecidas pelo alto teor de ferro.

Outro ponto de rara beleza no lado norte da Chapada Diamantina, repleto de atrativos naturais, sobretudo pelas formações rochosas e desfiladeiros, é a Cachoeira do Ferro Doido, no município de Morro do Chapéu, a 90 km de Jacobina.



Os quase cem metros de altura da cachoeira chamam a atenção não só pela beleza proporcionada pela disposição das pedras, mas pela fina cortina que se forma nas águas no período de cheia, que ocorre sempre no mês de novembro. Os quatro pontos de quedas d'água também hipnotizam aqueles que passam pelo local.

Por ficar seca durante a maior parte do ano, a cachoeira acaba formando trilhas naturais e alguns pequenos córregos.

Como chegar
Para chegar em Jacobina, que fica a 331 km da capital, é preciso trafegar pela BR 324, via Feira de Santana até o município de Capim Grosso. A partir daí, o motorista deve seguir a sinalização até o destino.


Natureza com adrenalina

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Ainda desconhecida do grande público, a faixa norte da Chapada Diamantina configura-se num ambiente propício para aqueles que possuem espírito aventureiro.  Com 72 cachoeiras e mais de 200 km de trilhas que passam por morros e matas, a região possui 12 municípios e reúne ainda importantes elementos arqueológicos, como figuras rupestres e animais silvestres como veados, onças pretas e macacos-prego.

Além das trilhas, muito comuns nas matas do local, o rapel é um dos esportes mais procurados pelos turistas que chegam à Chapada Norte em busca de adrenalina e do encontro com a natureza.

A principal cidade da região é Jacobina, que está situada a mais de 300 km de Salvador e foi fundada em 1682 e, mais tarde, em 1752, elevada à condição de vila. É lá que se encontra a Cachoeira Véu de Noiva, que é a principal atração do pequeno povoado de Itaitu. Com 60 metros de altura, a queda d’água é um convite a um banho, mesmo com a água bastante fria. Apesar da beleza singular, o local requer cuidados para idosos e crianças, uma vez que é rodeado de pedras escorregadias.

Pertinho de Jacobina, na cidade de Saúde, está a Cachoeira dos Payayás, cujo visual deslumbrante é a recompensa para a cansativa caminhada por uma trilha de até uma hora de duração.  No caminho, é possível visualizar elementos característicos da vegetação sertaneja como cactos, mandacarus, além de animais como cobras, pássaros e répteis.

Quem gosta de maior adrenalina tem como opção a Trilha dos Bandeirantes, local que no passado foi notabilizado pela lavagem e separação de ouro e pedras preciosas, no período mais intenso do garimpo. É lá que estão as trilhas e corredeiras que impõem mais dificuldade aos amantes das caminhadas pelas matas.

O local é apontado ainda como o melhor ponto para apreciação da fauna que ainda reúne aves e felinos ameaçados de extinção, além de árvores centenárias e matas ciliares. Depois de enfrentar inúmeros obstáculos, o aventureiro é premiado pela vista do Mirante Vale Verde. O local oferece visão panorâmica do vale de floresta exuberante, cânion e serra, dos paredões de 30 metros de altura próximos onde passam o Rio do Ouro e a Cachoeira dos Amores. Os 50 metros de queda d’água garantem uma boa massagem no banhista que se coloca ao pé da cachoeira.

No distrito de Caatinga do Moura, por sua vez, as cavernas e grutas remetem os visitantes a um viagem no tempo devido às figuras rupestres desenhadas nas paredes das rochas.